Aula-7: Introdução aos Controladores Lógicos Programáveis


Os CLPs podem ser definidos, como um equipamento eletrônico-digital compatível com aplicações industriais. O termo em inglês é PLC, que significa Programmable Logic Controller.
O primeiro CLP data de 1968 na divisão de hidramáticos da General Motors. Surgiu como evolução aos antigos painéis elétricos, cuja lógica fixa tornava impraticável qualquer mudança extra do processo.
A tecnologia dos CLPs sõ foi possível com o advento dos chamados Circuitos Integrados e da evolução da lógica digital. Este equipamento trouxe consigo as principais vantagens:
·  fácil diagnóstico durante o projeto
·  economia de espaço devido ao seu tamanho reduzido
·  não produzem faíscas
·  podem ser programados sem interromper o processo produtivo
·  possibilidade de criar um banco de armazenamento de programas
·  baixo consumo de energia
·  necessita de uma reduzida equipe de manutenção
·  tem a flexibilidade para expansão do número de entradas e saídas
·  capacidade de comunicação com diversos outros equipamentos, entre outras

Histórico da Tecnologia

Historicamente os CLPs podem ser classificados nas seguintes categorias:
1a geração: Programação em Assembly. Era necessário conhecer o hardware do equipamento, ou seja, a eletrônica do projeto do CLP.
2a geração: Apareceram as linguagens de programação de nível médio. Foi desenvolvido o “Programa monitor” que transformava para linguagem de máquina o programa inserido pelo usuário.
3a geração: Os CLPs passam a ter uma entrada de programação que era feita através de um teclado, ou programador portátil, conectado ao mesmo.
4a geração: É introduzida uma entrada para comunicação serial, e a programação passa a ser feita através de microcomputadores. Com este advento surgiu a possibilidade de testar o programa antes do mesmo ser transferido ao módulo do CLP, propriamente dito.
5a geração: Os CLPs de quinta geração vem com padrões de protocolo de comunicação para facilitar a interface com equipamentos de outros fabricantes, e também com Sistemas Supervisórios e Redes Internas de comunicação.


Princípio de Funcionamento
Como pode ser visto na Figura 8.1, o CLP funciona de forma sequencial, fazendo um ciclo de varredura em algumas etapas. É importante observar que quando cada etapa do ciclo é executada, as outras etapas ficam inativas. O tempo total para realizar o ciclo é denominado CLOCK. A não simultaneidade das operações justifica a exigência de processadores com velocidades cada vez mais altas. Em cada etapa o CLP realiza as tarefas descritas nos próximos parágrafos.
Início: Verifica o funcionamento da C.P.U, memórias, circuitos auxiliares, estado das chaves, existência de um programa de usuário, emite aviso de erro em caso de falha. Desativa todas as saídas.
Verifica o estado das entradas: Lê cada uma das entradas, verificando se houve acionamento. O processo é chamado de ciclo de varredura.
Compara com o programa do usuário: Através das instruções do usuário sobre qual ação tomar em caso de acionamento das entradas o CLP atualiza a memória imagem das saídas.
Atualiza as saídas: As saídas são acionadas ou desativadas conforme a determinação da CPU. Um novo ciclo é iniciado.
automacaoind38

Estrutura Básica de um CLP

Fonte de alimentação: Converte a tensão da rede de 110 ou 220 VCA em +5VCC, +12VCC ou +24VCC para alimentar os circuitos eletrônicos, as entradas e as as saídas.
Unidade de processamento: Também conhecida por CPU, é composta por microcontroladores ou microprocessadores (Intel 80xx, motorola 68xx, PIC 16xx). Endereçamento de memória de até 1Mega Byte, velocidades de clock de 4 a 30 MHz, manipulação de dados decimais, octais e hexadecimais.
Bateria: Utilizada para manter o circuito do relógio em tempo real. Normalmente são utilizadas baterias recarregáveis do tipo Ni - Ca.
Memória do programa supervisor: O programa supervisor é responsável pelo gerenciamento de todas as atividades do CLP. Não pode ser modificado pelo usuário e fica normalmente em memórias do tipo PROM, EPROM, EEPROM.
Memória do usuário: Espaço reservado ao programa do usuário. Constituída por memórias do tipo RAM, EEPROM ou FLASH-EPROM. Também pode-se utilizar cartuchos de memória, para proporcionar agilidade e flexibilidade.
Memória de dados: Armazena valores do programa do usuário, tais como valores de temporizadores, contadores, códigos de erros, senhas, etc. Nesta região se encontra também a memória imagem das entradas – a saídas. Esta funciona como uma tabela virtual onde a CPU busca informações para o processo decisório.
Os circuitos auxiliares atuam em caso de falha do CLP, são:
POWER ON RESET: desliga todas as saídas assim que o equipamento é ligado, isso evita que possíveis danos venham a acontecer.
POWER DOWN: monitora a tensão de alimentação salvando o conteúdo das memórias antes que alguma queda de energia possa acontecer.
WATCH DOG TIMER: o cão de guarda deve ser acionado em intervalos periódicos, isso evita que o programa entre em “loop”.

Classificação dos CLPs segundo a capacidade

Além da classificação histórica, os CLPs podem ser classificados também segundo a sua capacidade, como descrito abaixo.
Nano e micro CLPs: possuem até 16 entradas e a saídas. Normalmente são compostos por um único módulo com capacidade de memória máxima de 512 passos.
CLPs de médio porte: capacidade de entrada e saída em até 256 pontos, digitais e analógicas. Permitem até 2048 passos de memória.
CLPs de grande porte: construção modular com CPU principal e auxiliares. Módulos de entrada e saída digitais e analógicas, módulos especializados, módulos para redes locais. Permitem a utilização de até 4096 pontos. A memória pode ser otimizada para o tamanho requerido pelo usuário.

Linguagens de Programação

Basicamente existem três tipos de linguagens para programação dos CLPs: Ladder, Blocos Lógicos e Lista de instruções. Alguns fabricantes como a Siemens juntaram as três linguagens em uma única, denominada comercialmente de STEP7.
A linguagem Ladder, ou diagrama de contatos, foi a primeira a surgir pois se assemelhava muito aos diagramas elétricos (ver figura 8.2) , facilitando assim o entendimentos dos técnicos e engenheiros da época.
Os blocos lógicos correspondem a uma linguagem de nível intermediário e muito prática pois traz consigo várias funções de temporização pré-definidas, facilitando assim a confecção de programas. Desse modo neste curso será abordada essa linguagem de programação.
automacaoind39

Enviar um comentário