Aula-8: Tipos de programação de PLC

LD – diagrama Ladder
A grande maioria das aplicações atuais em CLPs adota a programação Ladder,
assunto que será tratado mais detalhadamente na aula a seguir.

IL – lista de instruções
É basicamente a transcrição do diagrama de relés (Ladder), ou seja, a passagem de uma linguagem gráfica para uma linguagem escrita. Essa etapa foi importante nos primórdios do CLP, pois não existiam terminais gráficos como conhecemos atualmente, que permitem desenhar o diagrama Ladder na tela, usando o mouse. Antigamente os terminais de vídeo e os displays dos terminais de programação eram alfanuméricos; por isso, o programador precisava projetar o diagrama Ladder no papel e depois convertê-lo para a linguagem IL. Um compilador se encarregava de traduzir o IL para a linguagem de máquina (Assembler) do processador utilizado no CLP.

ST – texto estruturado
É uma linguagem mais elaborada, considerada de alto nível, que usa o princípio de criação de sentenças para definir e informar ao CLP qual a lógica necessária em determinado ponto. Como possibilita a utilização de mais de uma instrução por linha, agiliza e facilita a tarefa dos programadores em projetos mais complexos.
Com estrutura similar à de linguagens de programação, como o C++ e o Pascal, permite o uso de comandos específicos para a definição de laços de controle, ou seja, funções ou operações lógicas que devem ser executadas até que determinado evento ocorra ou que determinada contagem seja atingida (funções REPEAT-UNTIL, DO-WHILE, entre outras).
Possibilita a utilização de instruções condicionais, referindo-se a reações preestabelecidas do programa para o caso de certos eventos ocorrerem, desde que previamente considerados (funções IF-THEM-ELSE, CASE), e também, por ser uma linguagem mais rica, o emprego de equações trigonométricas (SIN – função seno) e matemáticas (SQRT–raiz quadrada). Mesmo sendo uma linguagem mais fácil de ser compreendida e escrita, ainda demanda mão de obra especializada para a confecção e manutenção de programas.
Levando em conta o exemplo apresentado na figura 4.1, podemos definir a lógica de programação em linguagem estruturada da seguinte forma:
X: = (A OR B) AND (C OR D)
Ou seja, X é o resultado da operação booleana AND de dois resultados distintos:
lógica OR entre A e B e lógica OR entre C e D.

FBD – diagrama de blocos funcionais
Utilizada na programação de CLPs, é uma linguagem gráfica baseada na interligação de blocos funcionais previamente disponibilizados pelos fabricantes ou que permite ao próprio programador construir os blocos a serem utilizados.
As entradas e saídas são conectadas a esses blocos criando malha de interconexões que possibilita a obtenção dos mesmos resultados de outras lógicas de programação.
Uma das grandes vantagens dos blocos funcionais é a reutilização de blocos dentro de um programa. Suponha que um projeto use vários motores, todos com o mesmo princípio de funcionamento, conforme lógica predefinida de acionamento de um motor em partida direta (figura 4.2). Uma vez construído o bloco funcional de partida do motor, ele poderá ser utilizado várias vezes no programa, adotando entradas e saídas distintas, que, por sua vez, controlarão motores distintos.






SFC – sequenciamento gráfico de funções
Também é uma linguagem gráfica de programação muito poderosa. Proporciona uma representação das sequências do processo controlado na forma de um diagrama. O SFC é utilizado para dividir um problema de controle, permitindo uma visão geral do processo e facilitando o diagnóstico. Outra grande vantagem é o suporte para sequências alternativas e paralelas, tornando possível que sub-rotinas que servem ao interesse do processo controlado sejam executadas de maneira paralela, sem a necessidade de parada da lógica principal de controle.
Em resumo, o SFC vai além de uma programação gráfica usada em CLPs: é uma forma de estruturar a lógica e a sequência de eventos desejadas em um processo a ser automatizado.
O SFC é elaborado com blocos funcionais dispostos como um fluxograma, possibilitando a confecção e o estudo dos processos por meio de ações e transições que devem ocorrer. Isso permite que um processo seja aberto ao menor nível de análise até que se tenha o modelo desejado mapeado em detalhes.
Também conhecido como GRAFCET, o SFC é baseado no conceito de análise binária das redes de Petri, levando em consideração, para ações futuras, os atuais estados de variáveis monitoradas. De forma prática, podemos analisar o funcionamento de uma lógica produzida em SFC observando a figura 4.7.
Na lógica apresentada na figura 4.7, os retângulos representam os passos a serem executados no controle do processo e, entre alguns retângulos, a condição necessária para que se chegue ao novo passo. Desse modo, podemos garantir que determinado passo nunca ocorra sem que uma transição esteja concluída.
Analisando o exemplo da figura 4.7, para que o passo 1 seja concluído, é necessário que sua resposta seja positiva, ou seja, o tanque está cheio. Enquanto o tanque estiver vazio, ele permanecerá monitorando essa etapa do processo.

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